Hospital 22 de Outubro

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Agosto Dourado

Agosto dourado e a Semana Mundial do Aleitamento Materno:

O “Agosto dourado” é dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

É uma extensão da SMAM (Semana Mundial do Aleitamento Materno) e simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. É uma cor toda especial, que já percorre o mundo com o seu laço simbólico. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Laço Dourado é, em si, uma maneira de promover o valor da amamentação para a sociedade.

Composição do Leite Materno

ÁGUA
A água é o maior componente do leite e desempenha papel fundamental na regulação da temperatura corporal. Já que a maior concentração do leite é de água, então não há necessidade de dar água para o bebê mesmo em dias quentes.

PROTEÍNAS
Na primeira semana o leite humano, colostro, é rico em proteínas protetoras especialmente a imunoglobulina secretória A, que age contra infecções e alergia alimentar. O leite maduro contém mais proteínas nutritivas que o colostro. As proteínas presentes no leite são a caseína e as proteínas do soro.

LIPÍDEOS
O leite humano disponibiliza quantidades adequadas de lipídios, que aumentam com o tempo de lactação e são compostos principalmente por triglicerídios, que fornecem cerca de 50% da energia do leite. O leite humano possui ácidos graxos de cadeia longa. Esses ácidos graxos são componentes importantes do cérebro e do sistema nervoso, que são de grande importância para o desenvolvimento cerebral.

CARBOIDRATOS
Favorece a absorção do cálcio e fornece glicose para a mielinização do sistema nervoso central, além de energia.

VITAMINAS E MINERAIS
O leite humano fornece todas as vitaminas e minerais, micronutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento infantil. Durante os primeiros seis meses o aleitamento materno exclusivo garante boa biodisponibilidade de todos os nutrientes.

Benefícios do aleitamento materno para a criança

– Redução da mortalidade na infância: Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crianças amamentadas.

– Proteção contra diarreia: Crianças não amamentadas possuem risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia, quando comparadas com as amamentadas.

– Proteção contra infecções respiratórias: A chance de uma criança não amamentada internar por pneumonia nos primeiros três meses é 61 vezes maior do que em crianças amamentadas exclusivamente.

– Previne otites: Estima-se redução de 50% de episódios de otite média aguda em crianças amamentadas exclusivamente por 3 ou 6 meses.

– Proteção contra alergias:  A amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida aumenta a imunidade e diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, dermatite atópica e outros tipos de alergias, asma e sibilos (chiados) recorrentes.

– Proteção contra hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes: Indivíduos amamentados apresentam pressões sistólica e diastólica mais baixas, níveis menores de colesterol total e risco 37% menor de apresentar diabetes tipo II.

– Promoção do crescimento: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites.

– Promoção do desenvolvimento cognitivo: O alto conteúdo de lipídeos no leite materno é responsável pelo bom desenvolvimento do sistema nervoso.

– Promoção do desenvolvimento da cavidade bucal: O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama da mãe propicia uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária.

Benefícios do aleitamento materno para a mulher

– Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal: quando o bebê suga adequadamente, a mãe produz dois hormônios, a prolactina, que faz os peitos produzirem o leite, e ocitocina, que libera o leite e faz o útero se contrair.

– Menor sangramento pós-parto: a produção de prolactina e ocitocina, libera o leite, faz o útero se contrair e consequentemente, reduz incidência de anemia e hemorragia.

– Recuperação mais rápida do peso pré-gestacional: quando o organismo da mulher está produzindo leite materno, o organismo irá retirar aquela reserva acumulada na gestação para fabricar o leite materno.

– Reduz o risco de diabetes: pelo equilíbrio apropriado do açúcar no sangue.

– Reduz o risco de câncer de mama, endométrio e ovários: Enquanto a mulher amamenta, ela bloqueia os ciclos ovulatórios, diminuindo a sobrecarga hormonal. O que resulta numa queda importante na exposição de estrógeno que está diretamente relacionada a cânceres que sofrem influência dos hormônios femininos, como o câncer de mama, ovário e útero.

– Efeito contraceptivo por seis meses: na lactação, o estímulo da sucção e o aumento da prolactina levam à inibição do hormônio gonadotrófico e à interrupção do processo de ovulação.

– Menos fraturas ósseas por osteoporose: devido a ação positiva da amamentação no aumento da densidade mineral óssea.

– Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: A amamentação é um ato de interação profunda entre a mãe e o bebê fortalecendo o vínculo afetivo entre eles.

Dicas para a amamentação:

A amamentação não deve doer e nem machucar o peito. Se está machucando, é importante procurar ajuda. Dê somente leite materno até os 6 meses de vida do bebê. Não dê água, chás, outros leites ou qualquer outro alimento nesse período.

– O leite materno nunca é fraco, ele é sempre adequado ao desenvolvimento do bebê;

– Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem horário para mamar. Ele deve mamar sempre que quiser. Com o tempo, ele faz seu horário;

– Durante a mamada, a quantidade de gordura do leite vai aumentando. Se o bebê não tomar o leite do fim da mamada, que tem mais gordura, ele pode sentir fome logo em seguida. Por isso, a mãe deve esvaziar a mama por completo para, depois, oferecer a outra;

– A partir dos 6 meses, você deve começar a dar outros alimentos saudáveis, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais;

– Não dê chupetas, bicos e mamadeiras, pois podem levar o bebê a rejeitar o peito da mãe;

– Não use medicamentos sem a prescrição de um médico;

– Não é recomendado fazer dietas para emagrecimento;

– Bebidas alcoólicas e cigarros devem ser evitados;

– A mulher que usa drogas ou que é soropositiva não deve amamentar.

Mitos e crenças sobre o aleitamento materno

O leite materno é o alimento ideal para o lactente devido às suas propriedades nutricionais e imunológicas, protegendo o recém-nascido de infecções, diarreia e doenças respiratórias, permitindo seu crescimento e desenvolvimento saudável, além de fortalecer o vínculo mãe-filho e reduzir o índice de mortalidade infantil. 22,2% das mortes de crianças até 12 meses, ao ano, no mundo poderiam ser evitadas se o aleitamento materno exclusivo e o aleitamento até um ano de vida fossem praticados.

A amamentação, além de exercer um efeito protetor contra doenças no início da vida do lactente, parece reduzir também o risco de doenças crônicas, como as autoimunes, celíaca, de Crohn, colite ulcerativa, linfoma, diabetes mellitus e alergia alimentar, entre outras. No entanto, sabe-se que a lactação oferece vantagens não só ao bebê, mas também à mãe, à família e ao Estado.

A lactação é considerada uma prática fundamental para promoção, proteção e apoio à saúde de crianças, sendo esta recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) às crianças durante os primeiros seis meses de vida de modo exclusivo. Depois dos seis meses até os dois anos de idade, a criança deve receber o leite materno juntamente com alimentação complementar.

Amamentação prolongada: até quando amamentar seu filho?

Será que os palpites de quem critica a amamentação prolongada têm algum fundamento? O leite materno ainda traz benefícios, mesmo quando a criança já tem uma dieta de sólidos estabelecida? A resposta é sim. Mesmo depois dos seis meses, quando o bebê já passa a comer e a ingerir líquidos, o leite materno continua trazendo benefícios. O leite materno é o mais adequado para os bebês e quanto mais tarde se introduz o leite de vaca, menor a probabilidade de as crianças apresentarem reações alérgicas e infecções, além disso está relacionado com menor chance de sobrepeso e obesidade.

As evidências científicas demonstram que há benefícios da amamentação prolongada não só do ponto de vista nutricional, mas também imunológico, metabólico, ortodôntico, fonoaudiológico, afetivo, intelectual, econômico e social.

Dados da UNICEF mostram que, no segundo ano de vida, 500 ml de leite materno fornece 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia de que uma criança precisa diariamente.

Qual importância da doação de leite materno?

Doar leite materno humano é um gesto que salva vidas. O leite materno é importante para todos os bebês, principalmente para os que estão internados e não podem ser amamentados pela própria mãe. Todos os anos aproximadamente 150 mil litros de leite materno humano são coletados, processados e distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso que estão internados em unidades neonatais de todo o Brasil.

Um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1 ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez em que ele for alimentado. Os bebês que estão internados e não podem ser amamentados pelas próprias mães têm a chance de receber os benefícios do leite materno com a sua doação. Com ele, a criança se desenvolve com saúde, tem mais chances de recuperação e fica protegida de infecções, diarreias e alergias.

IMPORTANTE: Se você está amamentando, seja uma doadora e ajude a quem precisa. Qualquer quantidade de leite materno doado é importante. Procure um Banco de Leite Humano mais próximo ou ligue para o Disque Saúde, no número 136, para tirar qualquer dúvida. O ato solidário de doar leite materno humano significa vida para uma criança.

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